Ainda abordando aquele assunto de que mulher hora é mãe, hora é profissional, hora é apenas mulher e por aí vai, tenho um texto super bacana para apresentar para vocês.
Foi escrito por Cléo Silva Oliveira do blog Clube das Mamães de São Paulo, um blog super bacana escrito por 3 mamães de São Paulo, Adriana, Cléo e Flavi. Feito para receber mamães que fazem parte da blogosfera materna, para receber mamães de primeira viagem, mamães de São Paulo e de todo o Brasil (extraído do blog)... Mais sobre apresentação do blog aqui!!
E então aí vai o texto!!!
Percebemos que no decorrer dos tempos a figura da mulher “prendada, dona de casa”, cedeu lugar, também, à mulher trabalhadora. Com múltiplos papéis assumidos e suas exigências na vida das mulheres, estes interferem de maneira significativa no seu dia-a-dia, pois acabam priorizando uma ou outra atribuição, o que acarreta no esquecimento do seu “eu” e do “ ser mulher”.
Nessa trajetória percebemos que esse fato já ocorria com a mulher, uma vez que costumava se dedicar a seus familiares, abrindo mão de sua própria satisfação em prol dos filhos e companheiros, ocasionando o esquecimento do "ser mulher".
A entrada no mercado de trabalho alterou esse quadro mulher-mãe de tal modo, que conciliar a atividade remunerada com o cotidiano familiar nem sempre é uma tarefa das mais simples. Cada vez mais a mulher está inserida no mundo do trabalho, conquistando espaços, delimitando novos horizontes nesse universo de probabilidades, embora esse caminho possa ser marcado, por barreiras a serem vencidas, na medida em que as mulheres foram ingressando no mercado de trabalho, foram contribuindo e compondo com a população economicamente, ativa e no emprego assalariado.
Cada dia mais intenso e diversificado é o crescimento e não queremos retroceder. Tal fato levou à conseqüências significativas em seu cotidiano. Esse processo social vem adquirindo uma dimensão estrutural no mundo contemporâneo, proporcionando, por exemplo, o aparecimento de métodos anticoncepcionais mais seguros, passando assim, a ter o poder sobre seu próprio corpo e a possível gravidez, retirando de seu companheiro/esposo a decisão da “maternidade”.
Este foi, certamente, um dos fatores que mais contribuíram para a redefinição do lugar da mulher na sociedade, com conseqüências decisivas nas relações familiares que, gradativamente, foram sendo modificadas em sua organização, como por exemplo, na divisão de tarefas domésticas, na educação dos filhos etc. Vale ressaltar também que com essa mudança a mulher permitiu-se ao prazer de desfrutar de sua sexualidade, o que anteriormente era negado.
A maternidade é desejada e vivenciada por muitas mulheres, fator importante e considerado como ocasião especial em suas vidas. Notamos que existem diversas razões pelas quais uma mulher gera um filho,para satisfazer a expectativa do seu meio social, por realização pessoal e/ou do casal, ou ainda, para tentar melhorar o relacionamento em seu casamento. Entretanto, a maternidade requer responsabilidade, compromisso, amor, grandes doses de paciência, muita energia física e mental, doação, capacidade de dar afeto e demonstrar alegria.
A decisão ou ocorrência da gravidez traz para a mulher questionamentos, conflitos, receios e tomada de decisões, as quais, nem sempre, são consideradas as mais assertivas em sua reflexões, pois em alguns momentos vive o receio de usar da sua liberdade de forma errada, em relação ao filho,companheiro e profissão.
Exemplo de uma situação cotidiana da mulher-profissional é a vivida no momento de afastamento momentâneo de seu filho, o que é muitas vezes crucial para algumas mulheres, e que pode ser permeado por angústias, culpas e escolhas corretas: deixá-lo em escola ou com babá? Estar presente na entrada do filho na escola, bem como no acompanhamento das reuniões de pais não são atitudes consideradas importantes, na maioria das vezes, por muitas empresas.
Situações como estas geram na mulher-mãe e na mulher-profissional conflitos, por perceber que para a empresa o importante é a sua garra e sua determinação profissional, desvinculada das questões existentes em seu ambiente familiar. Contudo, o trabalho muitas vezes invade esse espaço por ele ignorado, afetando os vínculos afetivos entre mãe-filho e mulher-companheiro. Portanto, conciliar o papel de mãe, esposa e profissional torna-se difícil não só emocional, mas também, fisicamente.
A mulher-mãe com essas vivências fica ansiosa, sentindo-se duplamente culpada por não dar a devida atenção (que julga ser a mais adequada) à casa e aos filhos, e em contrapartida, também não consegue dedicar uma parcela maior de tempo para o desenvolvimento profissional, estando em constante conflito.
Com a ocorrência desses fatores a sensação de culpa é um sentimento que está associado ao papel de boa mãe e das responsabilidades maternas para com o filho socialmente. Esse sentimento "encontra forte relação na cultura e no processo de educação e socialização do indivíduo”, o que pode levar a mulher-mãe a sentir medo e a culpa de criar filhos em desajuste com os padrões da sociedade. Talvez esses conflitos que permeiam as relações da mulher com o trabalho e os deveres com a família, deixem de lado a divisão da
responsabilidade com o companheiro e assim, a pouca colaboração do mesmo frente às decisões que devem ser compartilhadas, ou ainda, a falta de aparatos sociais que garantam a educação escolar no período em que estão no trabalho, são fatores questionados constantemente pela mulher.
Outro aspecto importante a ser destacado é que ser mãe é privilégio também, pois é maravilhoso presenciar o crescimento sadio e harmonioso dos filhos, dar “retoques” em sua personalidade e acompanhá-los pelos caminhos da vida até se tornarem homens e mulheres maduros e responsáveis. Nessa perspectiva, ser mãe envolve a responsabilidade conseqüente da maternidade e o privilégio de dar ao mundo um ser humano único, singular. Mas é construindo-se como uma pessoa que pensa, ri, chora, acerta, erra, ama e tem sentimentos, que a mulher certamente descobrirá para si uma forma harmônica, coerente e prazerosa de exercer sua função de mãe e esposa, sem esquecer-se da pessoa que é como mulher.
A mulher profissional/mãe/esposa, apesar dos conflitos que passa em seu cotidiano, sente alegrias, frustrações, decepções e preocupações, em decorrência de suas múltiplas funções.
Assim, destacamos que a mulher-esposa, a mulher-profissional e a mulher-mãe são complementos da mulher pessoa, que é pouco evidenciada, despercebida, não sendo considerada nas reais necessidades pessoais em seu cotidiano.
Contudo, existem mulheres que conseguem conciliar as funções de mãe/esposa/profissional, sem esquecer que esses múltiplos papéis compõem o "ser mulher", principalmente quando têm companheiros que a valorizem e têm consciência de que a responsabilidade é dos dois, situações conquistadas muitas vezes pelo diálogo e a busca dos mesmos objetivos.
Estou dentro dessas mães que conseguem conciliar as funções de mãe/esposa/profissional. O dialogo com o esposo, o apoio, e as responsabilidades divididas foram importantes na decisão de continuar o trabalho após o nascimento dos gêmeos. Tivemos uma grande mudança e nossa vida, mas o que sempre prevaleceu e prevalece é o sentar e conversar sobre tudo, respeitando as opiniões um do outro. Cada dia tentamos superar, e vale lembrar que muda muito a relação marido/mulher, mas vivemos buscando o melhor sempre para relação e para nossos filhos. A paciência e inteligência faz parte. Tudo que fazemos hoje, é em prol a criação e educação deles.
E você o que pensa sobre o assunto? Compartilhe.
Texto e crédito: Diga Cléo!!!
Agradecimento especial às meninas do blog que gentilmente permitiram a publicação do texto!!!
Obrigada você querida......um beijo triplo
ResponderExcluirBeijo meninas lindas!
Excluir